Imagine poder dormir tranquilo sabendo que ninguém vai clonar seu cartão de crédito ou cometer falsidade ideológica para conseguir um empréstimo em seu nome, realizar uma compra online ou cadastrar uma linha telefônica. Agora, imagine não ter mais que usar carteira e nem carregar bolsas recheadas de documentos, papéis e todo tipo de tralha analógica que, infelizmente, ainda somos obrigados a utilizar em nosso cotidiano.
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Parece sonho, mas estamos descrevendo um futuro possível. Lá na Estônia, por exemplo, os cidadãos contam com um sistema de identificação digital há 20 anos; quase todos os serviços governamentais foram virtualizados e a incidência de fraudes em compras online é praticamente nula. Tudo graças a um sistema robusto que foi criado para autenticar cada cidadão no ambiente cibernético.
Em contrapartida, hoje, o Brasil é o segundo país que mais sofre com fraudes financeiras. “Com a ampla disponibilidade de dados pessoais, que são comercializados e compartilhados por criminosos em fóruns na web, fica mais fácil de se passar por outra pessoa e assim usar suas informações para, por exemplo, efetuar uma compra online”, explica especialistas.
Brasil
No Brasil a polícia já utiliza tecnologia de reconhecimento facial para identificar criminosos há bastante tempo. Desde março de 2019, diversas pessoas já foram presas identificadas por sistemas de reconhecimento facial.
No entanto, também há um crescimento do uso da tecnologia pelo setor privado. O aeroporto de Salvador realiza testes do projeto do governo federal de instalar câmeras com inteligência artificial para reconhecimento facial de possíveis criminosos. Além do aeroporto, a tecnologia já é utilizada em diversos bancos e outras empresas privadas.
Reino Unido
O Tribunal de Apelação britânico está questionando a legalidade da tecnologia de reconhecimento facial instalada em 18 lojas da franquia de supermercados, Southern Co-op (The Co-operative Food) no Reino Unido.
Cada vez que alguém entra em uma das lojas da rede, as câmeras de vigilância leem seus rostos. Essas informações são conferidas em uma espécie de “banco de dados da criminalidade” para descobrir se alguém dentro da loja possui histórico criminal ou comportamento “anti-social”. Se o sistema identificar algum suspeito, os funcionários da loja recebem uma notificação no smartphone.
Às 18 franquias da Southern Co-op estão equipadas com uma tecnologia de reconhecimento facial desenvolvida pela startup londrina, Facewatch. O sistema foi testado por 18 meses antes de ser instalado, mas embora exista uma placa que indica que as lojas estão coletando e analisando informações faciais de seus clientes, não foi feito nenhum aviso público.
A tecnologia foi instalada nas lojas da Southern Co-op com objetivo de reduzir furtos e desrespeito contra as lojas e seus funcionários. No entanto, o uso de parte dessa tecnologia foi considerado ilegal pelo tribunal em agosto deste ano.
As autoridades locais questionam se o uso dessa tecnologia pelo setor privado está de acordo com o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR) e também se preocupam com a capacidade da polícia de acessar esses dados.
Referências:
https://thehack.com.br/tribunal-britanico-investiga-supermercado-por-uso-de-reconhecimento-facial/
https://thehack.com.br/reconhecimento-facial-a-nova-tendencia-em-autenticacao-de-identidade/